quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que se perdeu no caminho?

Aqui. Na chegada. No ultimo centímetro do trajeto, me pego presa a uma sensação ruim, de que falta algo. Aquela sensaçãozinha que nos ocorre quando saímos de casa sem a chave da porta. Algo teria se perdido no caminho? Depois desse tempo caminhando sobre estradas estreitas de terra, dias frios e noites mal dormidas, resgato minhas forças e tento entender o que deixei cair enquanto meus olhos eram violentados pela poeira.. foram momentos difíceis, em que a gente se amou, brigou, tu me amou, eu briguei, eu te amei. Refiz cada passo que nos deixava mais próximos do fim do caminho e não desvendei o mistério por trás do objeto perdido. Parada aqui nessa grama verdinha, sentindo o clima primaveril e o vento fresco e ao mesmo tempo acolorado saucudir-me os cabelos, percebo que não existiu caminho algum. Todo esse trajeto, em busca da famosa felicidade, que nos levou ao fim não passou de mera ilusão. Ilusão boba. Olho pra trás e só vejo árvores floridas, algumas amarelas, outras cor-de-rosa. Daqui nunca saí. E aquela sensação de perda, não é mais ruim. O que perdi não foi uma chave que me abriria uma porta, deixei perdido naquela ilusão o medo de não enfrentar meus piores medos. Afinal, depois de um inverno rigoroso e um caminho difícil, a primavera nos dá a chance de por os pés descalços sobre a grama verde e admirar as flores cor-de-rosa.

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