quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Descaminho emocional.



Eu nunca perdi ninguém, um amigo, um namorado, alguém importante da família. Sim, já perdi muitas pessoas queridas, conhecidas. Mas a morte jamais me levara alguém que eu amasse de verdade, alguém que me fizesse chorar de desespero por não ter mais junto à mim. E dessa vez, levou o meu gato, o Tinga, o MEU Tinga. Eu não sei se fico mais triste por não ter quem me abrace de noite e enrede os meus cabelos a ponto de levar uns tapas.. Ou por pensar em como as pessoas são cruéis. E eu não tô falando da crueldade que gurias (eu) reclamam quando um guri as ilude, eu falo da crueldade de matar um animal. Pensando assim me parece pior que matar uma pessoa. É um animal, tem casa, tem família, tem gente que o ama. Tinha seis meses. E quando eu chego da escola e não vejo ele me olhando, bem atirado em cima do muro, a angústia toma conta de mim, um desespero, uma tristeza que começa na ponta do meu mindinho do pé esquerdo e termina com uma dor profunda na cabeça, como se alguém tivesse me pisoteando e puxando os meus cabelos ao mesmo tempo.

Nenhum comentário: